quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pingos nos is


Este ocorrido nos antecedeu, mas como tem seu sabor, vale umas linhas.

Num churrasco de ex-moradores a turma dos anos 70 recordava que após uma bebedeira, madrugada alta, no retorno à república manifestou-se aquela compulsão por obter algum "troféu" no caminho. As placas de trânsito sempre constituiram uma categoria aceitável para tais desidérios, mas ao passar por uma rotatória, depararam-se com algo melhor.

No muque, puxa daqui, empurra de lá, deslocaram o "troféu" e retomaram o caminho, carregando-o satisfeitos. Próximos do cemitério foram abordados por uma rádio patrulha que não titubeou - os estudantes claramente haviam aprontado mais uma. Reforços convocados, foram todos parar na delegacia. A autoridade policial de plantão, por óbvio, não perdeu tempo com conversa de bêbados, que afirmavam inocência, alegando ter encontrado o "troféu" já largado pelo caminho.

Os policiais estavam diante de um furto, eventualmente um furto qualificado. Praticamente um flagrante em toda uma quadrilha. Procedendo à identificação de cada um, o delegado ditava ao escrivão os termos do auto, quando se fez necessário descrever o objeto do furto. Um silêncio constrangedor invadiu a delegacia, pois nem os "meganhas" nem o pessoal "da civil" era capaz de dizer de onde saíra aquela peça de concreto, cerca de metro e meio, quase uma pequena viga, pintada de branco. O clima desanuviou quando um dos rapazes, impaciente, sugeriu:

_ Bota aí, objeto não identificado.O riso foi geral. Aquela bobagem toda já rendera demais. Foram liberados com a promessa, não cumprida, de devolverem o objeto ao local de origem.

_ Sorte nossa que o LIONS não bota o pingo no "i', explicou o veterano. Eles haviam carregado a letra "I" do "LIONS CLUB" que, naquela rotatória, dava as boas vindas à Piracicaba.


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